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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

SER TREINADOR


 
TRABALHO REALIZADO POR: Hugo Terroso
Licenciado em Educação Física e Desporto
Treinador de Futebol
Palavras-chave: Treinador, Formação, Alta Competição
Resumo
Como é que a sociedade em geral pensa sobre o que é “Ser Treinador”? Como base para a realização deste trabalho obtive um conjunto de experiências e depoimentos de diversos autores ligados ao treino desportivo. A elaboração do presente trabalho tem como principal objectivo abordar o tema “Ser Treinador” nas suas principais funções e responsabilidades no treino desportivo quer seja este de alta competição ou formação.

1.     Introdução
“Torna-se fundamental, diríamos mesmo decisiva, a confiança no trabalho e na capacidade de empreendimento dos técnicos de desporto, esses sim, os únicos verdadeiramente capazes de assegurar a continuidade de uma política desportiva, independentemente dos sobressaltos do poder político e desejavelmente independentes, ate da alternância desse poder”
Victor Serpa, Editorial do jornal A Bola, 9-12-1993

Tendo em conta os dias de hoje, as dificuldades económicas e as grandes carências ao nível de espaços úteis para a prática desportiva, cabe ao treinador a responsabilidade de ser um dos principais promotores da actividade física desportiva. Para que isto seja uma realidade o treinador tem que investir cada vez mais na sua formação pessoal para que possa de uma forma eficaz agir e ser um veículo de motivação para que os jovens pratiquem desporto, são inquestionáveis os inúmeros benefícios da prática desportiva mas também são muito elevadas as percentagem de abandono precoce da prática de desportiva e neste aspecto a intervenção do treinador pode e tem que fazer toda a diferença.

2. Ser Treinador
Ser treinador nos dias de hoje exige conhecimentos e requer experiências que ultrapassam as aquisições de uma carreira de atleta de alta competição. Um excedente atleta, nem sempre terá a garantia de ter capacidade para ensinar e, muito menos de ser capaz de criar climas de trabalho próprios para a aprendizagem ou desenvolvimento do treino.
Vergílio Ferreira afirma que a experiência do atleta é importante, mas para ser treinador, para alem da lógica do jogo e dos seus elementos, torna-se fundamental dominar a lógica pedagógica do ensino e alógica interna da modalidade que se ensina. A função do treinador implica a tomada de decisões, organizadas com base em indicadores e segundo critérios que obedecem a uma certa ordem e em diferentes domínios, como a organização do treino, liderança, estilo e forma de comunicação com os jogadores, dirigentes, árbitros, jornalistas, opções estratégicas e tácticas decorrente da observação do jogo, gestão das pressões contidas na competição, do controlo da capacidade de concentração e emoção.
Ser Treinador transporta-nos para a necessidade de dominarmos um conjunto de função que vão muito para além daquilo que podemos imaginar.
Jorge Araújo elaborou um conjunto de funções e missões nas quais acredito que são muito importantes no sucesso de um treinador:
- Leaders
Apontamos os caminhos que devem ser trilhados e o modo como consideramos necessário fazê-lo, o mais possível com a intenção de vermos a nossa liderança naturalmente aceita e reconhecida como necessária.
- Professores
Ensinamos e treinamos com evidentes exigências de equilíbrio entre a eficácia necessária e a preocupação de formar e educar os que estão sob a nossa responsabilidade.
- Organizadores e Planificadores
Organizamos e planificamos toda a actividade das equipas por quem somos responsáveis, tomando a participação responsável dos que nos rodeiam, como base essencial de suporte da nossa acção.
- Motivadores
Conseguir a melhor das entregas e a maior das ambições daqueles que nos cercam, conquistando a adesão entusiástica e responsável de jogadores e diridentes.
- Guias e Conselheiros
Enormes responsabilidades de intervenção formativa e educativa, influenciando positivamente os componentes da equipa, par alem de meros espectadores inerentes ao treino e á competição.

- Disciplinadores
Conseguir que a disciplina vivida no seio da equipa seja assumida responsavelmente por todos os seus componentes, imperando a autodisciplina e a autopreparação relativamente ao autoritarismo.
Qualidades imprescindíveis tais como:
- Saber e Conhecimento
Domínio dos conhecimentos requeridos pelo exercício da função, com a profundidade necessária e a noção fundamental de que, consoante as condições de trabalho e os objectivos a alcançar, necessitamos de determinar quais os aspectos desses conhecimentos sobre os quais iremos incidir.
- Habilidade para ensinar
Temos se der capazes de transmitir os nossos conhecimentos, pois não basta saber, é preciso também saber ensinar.
- Qualidades próprias
Ser leal para o grupo de trabalho, liderar todas as suas actividades, trabalhas árdua e entusiasticamente, ser natural e actuar de modo conforme com a personalidade que se possui.
- Trabalhar em equipa
Os atletas e os dirigentes representam o grupo de trabalho sobre o qual incide fundamentalmente e acção do treinador. Um grupo de trabalho baseado em exclusivo na valia individual de cada um dos seus elementos, apenas fornecer maiores possibilidades para ganhar, não garante vitórias.
- Criar clima de sucesso
O pretendido clima de sucesso, depende do entusiasmo e dedicação do treinador, pertencendo-lhe dar o seu melhor em benefício de cada atleta e do grupo de trabalho. É da responsabilidade do treinador ajudar os atletas a superarem-se época a época e, principalmente, a tornarem-se confiantes nas suas capacidades.
3. O papel do treinador
A evolução dos tempos e as grandes transformações geradas no desporto originaram que o treinador actual tenha de possuir um reportório alargado de conhecimentos e de capacidades, inquestionavelmente superiores àqueles que eram exigidos aos treinadores do passado.
Segundo Javier Irureta (2003) “Quando comecei a treinar, nas equipas de Futebol Juvenil e na terceira divisão, o treinador encarregava-se de tudo. Agora tudo mudou, os meios e os métodos de treino, temos o apoio dos preparadores físicos, do treinador-adjunto, do treinador de guarda-redes e o interesse da comunicação social”
Na minha opinião, isto deve-se, principalmente, ao alargamento dos meios e dos interesses que englobam o mundo do desporto mas também á sua grande mediatização e ao consequente aumento da pressão resultante sobre os treinadores e os resultados.
Actualmente, os treinadores têm toda a responsabilidade nos resultados das equipas, mas têm pouca autoridade para decidir sobre as mesmas, estando assim numa posição de alguma fragilidade.
Carlos Queiroz (2004) Refere “Veja o caso do treinador Francês Jacques Santini, que trocou a selecção de França para ingressar no Totteham e ao fim de dois meses veio dizer que ia embora, que não estava ali a fazer nada. Dizia que tinha cem por cento de responsabilidades do que acontecia com equipa e trinta por cento de autoridade para decidir. No meu caso específico, não é importante ser manager do Manchester United. Você pode ser manager do Real Madrid e, se calhar, ter menos autoridade e capacidade de controlar o seu destino.”
A principal missão do treinador esta ao nível da preparação e formação dos jogadores, que é sem duvida um processo complexo, exigindo um reportório diversificado de capacidades e competências.
Neste sentido, parte-se do ponto que o treinador possui um conhecimento alargado que revela competências no plano táctico-técnico, que sabe preparar convenientemente os jogadores do ponto de vista funcional e psicológico, que tem uma grande capacidade de liderança para gerir grupos e os seus conflitos, e que possuí uma considerável capacidade para se relacionar com os diferentes agentes desportivos (Houlier e Crevoiser, 1993)
Para que esta ideia fique mais clara vou dar o exemplo de um treinador de referência a nível mundial:
José Mourinho, é o primeiro a chegar ao local de trabalho (08h30), normalmente duas horas antes do inicio da sessão (10h30).
Consulta a impressa desportiva, ultima os pormenores da sessão de treino que já havia sido anteriormente preparada em consonância com o modelo de jogo estipulado pela equipa, dialoga e distribui as tarefas que cada um dos seus treinadores-adjuntos ira desempenhar nos diferentes exercícios, no decurso da sessão de treino, inteira-se com a equipa médica do estado clínico dos jogadores, desloca-se ao relvado, para se inteirar do seu estado e distribui pelo terreno de jogo juntamente com os treinadores-adjuntos o material necessário para a execução dos exercícios, dialoga com os jogadores, dirige e coordena o desenvolvimento da sessão de treino e no final dialoga com os jornalistas na conferencia de impressa.
Há uma criteriosa organização da sessão de treino, com realização de exercícios intensos, mas de curta duração, que geram uma grande concentração, empenho e motivação no trabalho desenvolvido pelos jogadores.
Os treinos realizam-se normalmente a porta fechada, de forma a permitir que o plantel trabalhe com a máxima concentração possível.
Á semelhança do que ocorre nos grandes clubes europeus, as sessões de treino realizam-se sistematicamente da parte da manha.

4. A Formação do Treinador
            Na opinião Jorge Araújo cabe ao treinador assumir a sua função sociodesportiva, face a um triplo compromisso:
- Actualização permanente.
- Formação integral dos atletas.
- Desempenho de um papel activo no desenvolvimento da sua modalidade e do desporto em geral.
O treinador necessita de adquirir formação que o ajude oriente no sentido de conseguir relacionar, criticamente, todo o saber teórico adquirido com a experiência oriunda dos terrenos de jogo, conciliando e promovendo as motivações e necessidades dos diferentes agentes desportivos envolvidos no processo de treino.
Sem a vivência da prática, não há tomada de consciência objectiva do conteúdo geral e especifico da intervenção sociodesportiva que lhe corresponde desempenhar. Sem uma cuidada preparação teórica e o seu relacionamento e aplicação concreta nos treinos e nas competições torna-se impossível que o treinador possa evoluir e melhorar a qualidade da sua acção.
Estas ideias levam-nos para a importância da formação e experiência desportiva bem como a formação académica, uma suporta a outra.
A formação do treinador implica preocupações relativas a:
- Aquisição de conhecimentos.
- Domínio das técnicas.
- Transformação positiva e continuada das atitudes.
Formar treinadores subentende habilita-los para uma constante aberta á inovação cientifica, pedagógica e técnica (Jorge Araújo).
A formação de treinadores deve obedecer a um conjunto de princípios gerais:
- Intervenção cientifico-pedagógica
Formar significa respeitar de modo equilibrado a formação científica e pedagógica. Os treinadores necessitam de uma formação bem dimensionada em termos pedagógicos que lhes possibilite saber transmitir, e uma formação científica que lhes permita transmitir saber.


- Áreas fundamentais da formação
As áreas fundamentais da formação do treinador são as seguintes:
            . Gestão e organização
            . Didáctico-metadologica
            . Psico-pedagógica
            . Biologia
            . Psicologia
- Continuidade
A formação tem de ser permanente. A uma formação inicial deve seguir-se uma formação permanente, extensiva á duração da vida activa do treinador.
A formação inicial prepara para a realização de uma actividade profissional com competências próprias, a formação permanente deve completar a inicial
- Intencionalidade
O acto de formar treinadores não pode ser neutro relativamente á intencionalidade da sua intervenção futura.
O treinador requer uma formação que o incentive no sentido de um constante interesse pela inovação científica, pedagógica e cultural e lhe desenvolva uma necessária atitude crítica que lhe permita a recusa permanente de atitudes seguidistas ou subservientes.
Jorge Araújo defende que na formação inicial como na permanente, deve proporcionar condições para uma participação responsável dos formadores, incentivando-os para a autoformação.
Na opinião de José Curado (1982), a actividade do treinador revela-se particularmente complexa e é dificilmente imaginável vê-la desempenhada por homens ou mulheres com uma formação deficiente. Segundo este autor, a formação e preparação dos treinadores terá de respeitar um sucessivo e lógico encadeamento e alargamento dos seus conhecimentos, onde cada novo conhecimento adquirido ou cada novo domino abordado se encaixam perfeitamente naquilo que já anteriormente se adquiriu.
Podemos assim concluir que a formação de treinadores, qualquer que seja o grau para que aponte, deve obedecer a um conjunto de regras, e neste sentido Jorge Araújo define os seguintes pontos:
- Dirige-se prioritariamente aos treinadores cujo vínculo concreto á função mais e melhor justifica o apoio formativo.
- Não ser concebida a nível de conteúdos de modo desligado das experiências e conhecimentos anteriores dos candidatos.
- Para ser eficaz, tem de estar profundamente relacionada com a realidade prática da modalidade, ilustrando como se traduzem no dia-a-dia dos treinadores os conhecimentos a ministrar.
- À atribuição de um grau de treinador, deveriam corresponder três fases: frequência da acção de formação, período de trabalho prático enquadrado por estrutura regional de trabalho prático e, por fim, a apresentação e discussão de um relatório da actividade desenvolvida e defesa de um tema a escolha.
Na opinião José Constantino (1992), o conhecimento evolui, as modalidades todos os anos recebem o impacto de alterações técnicas, tácticas, condicionais, volitivas, etc., introduzidas pelo estudo e investigação dos especialistas, tornando essencial que a estrutura nacional de formação de treinadores apresente respostas adequadas no âmbito da necessária actualização dos treinadores e estes tenham consciência plena de que o seu desempenho depende da autopreparação e da abertura á actualização constante dos seus conhecimentos.


5.O Treinador e a alta competição
“Durante várias décadas, o sistema desportivo baseou-se numa única expressão desportiva: a competição. Actualmente põem-se em causa os meios necessários para se atingir um alto nível desportivo, tendo de ser ter em conta o tipo de provas, estado de saúde do atleta e a marginalização social”
Jean Paul, O Desporto para Todos, Pratica Colectiva de Interesse Social.
Segundo Jorge Araújo a alta competição desportiva deve ser entendida como um sistema cujo objectivo é alcançar os melhores resultados possíveis a nível nacional e internacional e que:
- Tem como base um conceito de desenvolvimento desportivo apontado para a criação de condições sociais possibilitadoras do acesso de todos os cidadãos á prática de educação física e do desporto.
- Se estrutura orgânica e temporalmente, através de acções programadas de detecção e selecção de talentos, formação, orientação e especialização desportiva.
Só a partir de uma alta competição correctamente orientada se tornara possível influenciar decisivamente todos os restantes sectores de prática desportiva, através do aproveitamento do entusiasmo popular gerado ao seu redor como meio motivador da sociedade em geral e dos jovens em particular para a pratica do desporto.
Mais do que aceitar, ou não, a alta competição tal como se apresenta na actualidade, o treinador deve contribuir para que:
- Atletas, treinadores e dirigentes vejam claramente definidos os enquadramentos necessários á sua actividade e as funções a desempenhar por cada um deles nesse nível de prática.
- Seja recusada a limitação da alta competição desportiva á exclusiva função de espectáculo a ser consumido passivamente pelas populações, encaminhando-a cada vez mais no sentido de o entusiasmo gerado ao seu redor poder ser canalizado para a conquista de novos praticantes.
- Se aproveite o seu potencial de relações nacionais e internacionais para o necessário desenvolvimento da paz e fraternidade entre os cidadãos e os povos.
Ao treinador de alta competição, pertence uma necessária e imprescindível acção desmistificadora da ideia mais ou menos generalizada de que só a profissionalização desportiva constitui solução para as exigências do treino e da competição.

6.O treinador e a formação de jovens atletas
A preparação desportiva dos jovens é hoje considerada uma das principais razões de futuros êxitos ou abandonos extemporâneos da prática desportiva, consoante os responsáveis pela intervenção nessa área de prática fomentem, ou não, uma especialização precoce.
“Quando se tem um objectivo na vida, ele pode ser melhor ou pior, depende do caminho que escolhermos para atingi-lo e da maneira como cruzamos esse caminho”
Paulo Coelho, Diário de Um Mago
Iniciação precoce e especialização precoce representam aspectos diferentes da preparação infantil e juvenil, referindo-se a primeira ao escalão etário em que se inicia a pratica e a segunda, á adopção de um modelo de preparação dos jovens exclusivamente preocupado com resultado a curto prazo.
Na minha opinião preparação desportiva dos jovens deve apontar para o reforço da saúde dos praticantes, o desenvolvimento das suas capacidades físicas através de uma grande variedade e quantidade de propostas de aquisições motoras, bem como a melhoria das capacidades condicionais, nunca devendo os seus responsáveis permitir que ela se limite a uma pura e simples imitação do treino dos adultos.
A preparação desportiva dos jovens obedece a princípios perfeitamente determinados como sejam:
- Preponderância da preparação multilateral nas fases mais baixas do processo de preparação.
- Adequar o treino á idade biológica.
- Privilegiar o desenvolvimento táctico e técnico em relação ao desenvolvimento físico.
- Progressividade das cargas de treino, compatibilizando as necessidades e obrigações de carácter profissional e social com as da preparação desportiva.
- Variar os meios de treino e de exercitação.
- Valorização do jogo com referências a meio de treino desportivo.
A periodização da preparação dos jovens, ao contrário da alta competição, não deve conter uma distinção nítida entre o período preparatório e o competitivo, nem comportar um curto período preparatório e um longo período competitivo.
Traduzindo este parágrafo, as competições dos jovens não podem respeitar as necessidades próprias da sua formação, conforme reclamam os clubes e os seus treinadores, porque as exigências do calendário de provas nacionais, se sobrepõem ao respeito das regras básicas da calendarização da preparação desportiva dos jovens.
Neste capítulo o treinador pode e deve assumir um papel preponderante na calendarização desportiva dos jovens:
- Mínimo de quatro competições por época, escalonadas nos tempo de modo a integrarem períodos intermédios de preparação com a duração mínima de 30 a 45 dias.
- Avaliação inicial de possibilidades das equipas participantes, de modo a permitir que as competições sejam disputadas entre equipas de valor equilibrado.
- Procurar abrir o mais possível o leque de determinação de vencedores, diversificando os títulos a serem alcançados, como forma importante de motivar os dirigente, treinadores e jogadores.
Segundo Jorge Vieira (Bases do Treino do Jovem Praticante), o treinador de jovens deve ter em conta o seguinte:
- O jovem não é um mero produtor de resultados, possuindo personalidade específica cuja formação e desenvolvimento global devem constituir preocupação fundamental.
- A preparação dos jovens deve incentivar o seu entusiasmo pela prática desportiva e ensina-los a serem respeitadores da ética e das regras de regem o desporto.
- Quem acelera nos jovens a obtenção de resultados imediatos esta a seguir o caminho mais curto para o insucesso!
7.O Treinador Modelo
“ Não se recebe da profissão de treinador nada mais do que aquilo que lhe damos, estando o sucesso e insucesso de cada treinador directamente relacionado com o tempo que dedica a sua actividade, as exigências de disciplina e trabalho árduo que consiga impor.”
Norm Stewart, Basketball, Building a Complete Program
Ao treinador modelo de hoje exigem-se-lhe, ainda mais que no passado, uma formação cultural, cientifica, ética e deontológica acima da média e uma forte personalidade que lhe permitam resistir de modo positivo ao crescendo de pressões que passaram a exercer-se sobre a sua acção e desta forma conseguir lidar da melhor forma com os problemas com que se deparam.

8. Conclusão
“Antever o desporto do futuro é compreender os homens e os acontecimentos que ao longo deste século e meio de história moderna lhe têm vindo a moldar o futuro”
Roberto Carneiro, As Portas do Terceiro Milénio
Com a realização deste trabalho percebemos que a revolução tecnológica teve um grande impacto nos meios de comunicação e consequentemente ajudaram a transformar de forma radical todos os ramos do conhecimento acerca do desporto.
Segunda esta nova tendência de evolução, o treinador deve tentar procurar perceber como estas mudanças se processaram ate á actual historia desportiva.
Segundo Gomes Tubinho (1992) “para que o desporto seja entendido na sua perspectiva do sec. XXI, terá de ser abordado num processo sócio-cultural nos quais os aspectos gerais e específicos das suas relações com a sociedade terão que invariavelmente ser referenciados”
Por fim, como treinadores, cabe-nos concluir que os valores humanistas, culturais e educativos que fazem parte das actividades de Educação Física e Desporto justificam da nossa parte uma grande atenção e valorização na formação de atletas.

9. Referencias Bibliográficas
Araújo, J. (1998). Ser Treinador. Editorial Caminho, SA, Lisboa. 2ª Edição.
Pacheco, R. (2005). Segredos de Balneário. Prime Books, 2ª Edição.
Marinho, J. (2007). Jose Mourinho Vencedor Nato. Texto Editores, LDA. 1ª Edição.
Castelo, J. O Exercício de Treino Desportivo a Unidade Lógica de Programação e Estruturação do Treino Desportivo. Capitulo III. Edições FMH Universidade Técnica de Lisboa.
Material de apoio fornecido pelo Professor Valter Pinheiro nas aulas de Teoria do Treino.

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